13 janeiro 2009

CINEMAS:"Titãs - A Vida Até Parece Uma Festa" estreia nesta sexta, 16

Documentário mostra intimidade do grupo formado na década de 80


O título "Titãs - A vida até parece uma festa" é uma meia verdade. Por um lado, o documentário, que estreia sexta-feira, mostra os integrantes de uma das maiores bandas do Brasil se divertindo aos baldes. Mas o filme também destaca os dramas vividos pelo grupo ao longo dos anos: a prisão de Arnaldo Antunes e Tony Bellotto por porte de heroína, a saída de integrantes (Antunes e Nando Reis), a morte de Marcelo Fromer... Está tudo lá, nu e cru.

A gente se divertiu muito e continua se divertindo. Sem isso, a banda perde o sentido. Mas também tivemos dificuldades e eu não quis maquiar nada - explica Branco Mello, um dos fundadores do grupo e o grande responsável pelo filme. - Eu gravei tudo o que a gente viveu, e essas imagens trazem as pessoas para dentro da intimidade da banda.

O músico começou a filmar a trajetória do grupo em 1986 e, desde então, registrar cada episódio virou uma obsessão. Imagens de bagunças, festas, reuniões e viagens servem de introdução para pequenos clipes. Tudo mesclado com cenas de arquivo de shows que vão desde a estreia oficial no Sesc Pompéia, em 1982, até a abertura para os Rolling Stones, na Praia de Copacabana, em 2006.

- O filme não é didático. Não tem narrador ou entrevistas explicando detalhes. Quando fui editar, vi que tinha imagens de tudo. Então, preferi mostrar a história, em vez de contá-la - explica o músico/cinegrafista, que dirigiu o documentário com o jornalista Oscar Rodrigues Alves.

No início, os caras se chamavam Titãs do Iê-iê-iê e pareciam garotos curtindo a vida. A coisa tomou vulto com o primeiro disco, de 1984, mas a banda, já sem o complemento do nome, manteve o espírito brincalhão. Antes de uma apresentação no programa de Hebe Camargo, a anfitriã olha para os cabelos dos meninos e pergunta: "Isso aí é punk?", e Branco responde: "Isso é 'Sonífera ilha'", e ataca com o maior hit do álbum de estreia.

Só que os Titãs logo descobriram que vida de músico não é só "festa". Em 1985, Antunes e Bellotto são presos por porte de heroína e a notícia sai em todos os jornais. O filme mostra imagens da época, bem como uma entrevista antiga na qual Bellotto explica que o caso o fez compor "Polícia", outro hit, do disco "Cabeça dinossauro" (1986).

- A gente lidou bem com todos os problemas. E soubemos nos reinventar também quando perdemos integrantes - opina o cantor.

As saídas de membros a partir da década de 90 são momentos tensos do filme. Arnaldo Antunes deixou a banda em 1991. Para piorar, o grupo buscava um som mais pesado e encarou uma maré baixa de popularidade. E Nando Reis pediu para sair em 2003, dois anos após Fromer morrer atropelado, em São Paulo.

- Foi nossa maior tragédia, sem dúvida. Nando e Arnaldo continuam por perto, mesmo que fora da banda. Mas a morte do Marcelo nos tirou um irmão para sempre - lamenta o diretor do filme, que está de volta em estúdio com o grupo, gravando disco novo.

Fonte: O Globo

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1 comentários:

AVISO: Infelizmente o filme não estreou simultaneamente com Rio/ São Paulo. Resta esperar que seja em breve!!!

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