Livro sobre 'a tribo' foi lançado, no Rio, no último dia 3
Em 1982, a Legião Urbana fazia seu primeiro show, Paulo Ricardo morava em Londres e os Titãs ainda traziam o Iê-Iê no nome, mas no Rio de Janeiro a Blitz já tinha contrato com uma grande gravadora e um compacto de sucesso nacional. Foi naquele ano que “Você Não Soube Me Amar” chegou às rádios e às lojas de discos dando início a um fenômeno de popularidade que durou, em sua primeira encarnação, apenas quatro anos.
Para contar toda essa história e mais um pouco do que veio depois, o jornalista Rodrigo Rodrigues (foto acima) lançou mão de entrevistas e muita pesquisa durante quatro meses de trabalho e o resultado chega às livrarias esta semana. “As Aventuras da Blitz”, lançado pela editora Ediouro, resume em cerca de 300 páginas a carreira da banda que reunia Evandro Mesquita, Fernanda Abreu, Marcia Bulcão, Ricardo Barreto, Antônio Pedro Fortuna, William Forghieri, Juba e contou com uma passagem relâmpago de Lobão, que deu nome à empreitada.
A Blitz teve uma importância histórica na fundação do chamado ‘Rock Brasil’ dos anos 80, merecia ter a história contada de um jeito mais detalhado”, diz Rodrigues. Nascida no Circo Voador, um oásis de liberdade e cultura no meio da praia, a banda foi a primeira cara da música jovem que explodiria nos anos seguintes. Para Rodrigo, o papel da Blitz nesse processo é lembrado e reconhecido pelo “povo da antiga” e deve ser mostrado para a nova geração. Além disso, o livro é fartamente ilustrado e “traz detalhes e curiosidades que muitos fãs não devem conhecer”, conta.
Muitas entrevistas “longas e curtas, ao vivo ou por email e telefone” relatam bastidores e episódios da trajetória do grupo. Inclusive os pontos mais delicados, como a rivalidade entre Rio e São Paulo que à época rendeu críticas negativas à Blitz pelo que Rodrigues chama de “recepção azeda” de parte da imprensa paulista. “Na época do estouro, muitos jornalistas de São Paulo torciam o nariz para o jeitão carioquíssimo do ‘fenômeno Blitz’”, fala.
Carioca da Tijuca cooptado por São Paulo, Rodrigues é apresentador do programa Vitrine da TV Cultura e tem com a Blitz uma relação pessoal. “Conheci a rapaziada da banda em 1998 fazendo uma reportagem para o canal universitário do Rio de Janeiro, fiquei amigo dos integrantes e cheguei a viajar de ônibus com a Blitz pelo país fazendo um making of da estrada, mas só em 2003 tive a idéia de fazer o livro”. O projeto, ele conta, saiu da gaveta pra tela do computador no final de 2007.
O biógrafo também se coloca na posição de fã, parte de uma geração que cresceu junto com a Blitz e tem suas músicas ligadas a lembranças de infância e da adolescência. “Foi o primeiro show de rock que vi ao vivo (na Praça da Apoteose em 1984), os primeiros LPs que ganhei... Eu tinha sete anos quando a banda estourou. Fui influenciado pelo caldeirão de cultura pop que era a Blitz, o livro não deixa de ser uma retribuição à banda”.
Fonte: IG
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