17 abril 2009

Entrevista Keith Strickland, do B-52s!

Cindy Wilson, Fred Schneider, Kate Pierson e Keith Strickland

Guitarrista fala sobre o novo disco, a cena eletrônica, nosso Brasil e a noite

Keith Strickland é o membro mais discreto do The B-52s, mas não por isso o menos importante. É de sua autoria a maioria das faixas do grupo durante todos estes anos. Quando ajudou a fundar o quarteto, Keith ainda era o baterista, mas acabou assumindo de vez as guitarras depois da morte de Ricky Wilson (irmão da loira Cindy Wilson) por complicações relacionadas ao vírus do HIV.

O site rraurl.com bateu um papo com Keith por telefone um mês antes das apresentações do grupo no pais, numa turnê que percorre Porto Alegre, Rio e São Paulo (num show que terá também a famosa festa Trash 80s comemorando seu sétimo aniversário). Na pauta, suas lembranças do Brasil, seu processo de criação e suas atuais preferências musicais. E pra quem está doido pra ouvir "Legal Tender" ao vivo, uma péssima notícia: ele nem lembra mais como tocar essa faixa.

Esta é sua terceira vez aqui no Brasil...
Sim, da primeira vez estivemos no Rock in Rio, e foi incrível! Mais ou menos dez anos depois voltamos e tocamos em São Paulo também. Tenho ótimas lembranças destes shows!

Como foi tocar no Rock in Rio em 1985?
Foi extremamente excitante!! Lembro também que fizemos vários programas típicos de turista, andamos por todos os lugares, compramos muitas besteiras... O público então foi sensacional, um dos melhores que já encontramos.

E desta vez vocês se apresentam não só no Rio como em São Paulo e Porto Alegre também... já tem alguns passeios agendados?
Infelizmente não sei se desta vez vamos conseguir passear muito pois nossa agenda na América do Sul está bem cheia, mas é claro que se sobrar um tempo vamos sim.

Depois de todos estes anos fazendo turnês e viajando, você ainda sente prazer nisso?
Ah sim, pra mim tocar ao vivo e excursionar é a melhor parte de ser um músico, e o resto da banda também pensa assim. O B-52s foi criado como um projeto para se apresentar ao vivo mesmo, um live act, nunca pensamos em ser apenas uma banda de estúdio. Nós gostamos de gravar e todo o trabalho em estúdio, mas é nos shows que a gente se realiza mais.

Você ainda fica nervoso antes de subir no palco?
Sim claro. Bem, não sei se é nervosismo, é mais uma ansiedade pré-palco. Quando eu estou no palco sinto uma energia diferente, é quase uma sensação de outro mundo. Você coloca uma energia em cima do palco e receba do público muito maior! É uma coisa quase espiritual...

Como foi gravar um novo álbum (Funplex) depois de 16 anos?
Na verdade esse álbum nasceu das apresentações ao vivo que nós fizemos durante estes anos em que não entramos em estúdio. Ficamos uns bons 15 anos só fazendo shows, e chegou uma hora que dissemos para nós mesmos: precisamos de músicas novas! Elas foram evoluindo destas experiências.

Quando você compõe material novo você sempre pensa como elas ficarão ao vivo?
Sim! Isso é sempre importante pra mim. Sempre penso em fazer músicas que possam ser bem trabalhadas ao vivo. Muitas vezes você está no estúdio e fica viajando com toda a tecnologia que tem disponível, mas esquece que isso pode dificultar muito na hora de colocar a música à prova diante de uma platéia. Gosto de criar faixas que tenham um ótimo ritmo e que possam ser traduzidas de forma adequada depois em cima do palco.

A reação do público com as novas canções tem sido boa?
Ótima! Me surpreendi com a forma como "Funplex" e tanta outras acabaram sendo bem recebidas por todos. Nos shows o nosso setlist é metade de músicas novas e metade de músicas mais conhecidas, e tem sido ótimo.

O disco Funplex tem bastante influência da música eletrônica, esse é um caminho que vocês pretendem seguir de agora em diante?
Na verdade o B-52s sempre foi uma banda que brincou com a eletrônica. Nosso disco Whammy! era bastante eletrônico. Eu sempre gostei de chamar o B-52 de uma "dance band", uma banda de rock'n'roll que fazia as pessoas dançarem.

Hoje em dia a música eletrônica e a tecnologia de estúdio é tão grande que fica até difícil fugir dela. Não sei ao certo se esse é um caminho que vamos seguir, pois pra falar a verdade não penso muito nisso. Não me preocupo em me superar e criar algo novo, entende? É muita pressão em cima de uma pessoa só... Gosto de fazer música que me faça sentir confortável, honesto comigo mesmo, e se um pouco de eletrônica me propicia isso ótimo, senão fico no rock'n'roll mesmo, pra mim não tem problema.

Você ouviu o remix que o CSS fez para "Funplex"?
Sim, eu adorei! Gosto muito do som deles. Escuto bastante os discos deles em casa.

E que tipo de som você mais gosta de escutar quando não está trabalhando?
Música eletrônica em geral, muita coisa nova. Curto bastante o Yo! Majesty, CSS, New Young Pony Club. Eles são todos ótimos! Gostei muito dos discos novos do Oasis e do U2 também.

E você é do tipo que frequenta clubes e festa também? Afinal, o B-'52s é famoso por ser a melhor party-band do mundo...
Sim claro! Eu moro em Key West com meu parceiro, sempre que posso eu saio, também quando estamos viajando eu gosto de usar alguma noite livre para sair. Quem sabe você não possa me mostrar os melhores clubes em São Paulo?

Será um prazer, entrada VIP garantida em qualquer lugar...
WOW! Vou ser seu amigo então...

Pra terminar, uma multidão de fãs brasileiros da lista de discussão do Orkut estão rezando pra vocês tocarem "Legal Tender" por aqui. Eu sei que vocês quase nunca a tocaram ao vivo. Há alguma chance de isso acontecer aqui no Brasil?
Oh, acho que não. Não tocamos essa faixa há anos! Acho que a Kate e Cindy nem lembram a letra direito. Vamos tocar todos as faixas mais conhecidas, como "Roam", "Give Back My Man", etc. Mas se a pressão for muita, quem sabe?

Fonte: Rraurl.com

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