Após 5 anos lutando contra o câncer, o mineiro Zeca (como era conhecido) faleceu nesta quarta, dia 7, aos 74 anos
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Nesta quarta-feira, 7 de julho, o rock brasileiro foi surpreendido pela morte de uma de suas figuras mais importantes. Aos 74 anos, Ezequiel Neves, jornalista, crítico, produtor musical e responsável pelo lançamento da banda Barão Vermelho, faleceu no começo da tarde de ontem, no Rio de Janeiro, depois de cinco anos lutando contra um tumor benigno no cérebro, um enfisema e cirrose.
Por ironia do destino, Ezequiel morreu no exato dia em que se completavam 20 anos que Cazuza, seu grande amigo e quem ele ajudou a revelar, saiu de cena. O jornalista acompanhou a carreira do Barão, do qual produziu todos os discos desde o início, e também foi parceiro musical de Cazuza em algumas canções, como Exagerado, Por que a gente é assim e Codinome beija-flor.
Nascido em Belo Horizonte, cidade da qual não suportava o provincianismo, segundo suas próprias palavras, Zeca, como era conhecido, adorava dizer que “mineiro que não sai de Minas é porque nasceu com defeito”. Assim sendo, acabou se mudando para São Paulo, e posteriormente para o Rio de Janeiro, no começo dos anos 1960. A irreverência, o bom humor e, por que não?, a ‘porralouquice’ eram algumas de suas marcas, como pode ser visto no filme Cazuza – O tempo não para, de Sandra Werneck, em que ele foi interpretado pelo ator Emílio de Melo.
Pai do rock
Amigo de Ezequiel Neves, o baterista Guto Goffi, 47 anos, que está no Barão Vermelho desde o começo, disse que o jornalista e produtor foi fundamental para os roqueiros de todo o país. “Ezequiel foi o pai do rock brasileiro. Made in Brazil, Rita Lee, Barão Vermelho, Cazuza e tantos outros se alimentaram de sua cabeça brilhante e criativa. Com ele, não tinha tédio e, sim, um ‘carnaval full time’”, ressaltou Guto ao Correio.
Ezequiel Neves nunca negou as loucuras e as extravagâncias que cometeu ao longo da vida, muitas delas ao lado de Cazuza, como o uso de todos os tipos de drogas e a participação em orgias sexuais. “Surgiu a maconha com o rock’n’roll. Era a fome com a vontade de comer. Depois, ‘frequentei’ ácido em 1969. Mas era ácido de verdade, não o de agora, que é uma porcaria. Eu nunca fiz análise. Bastaram três ácidos pra me fazer a cabeça: entendi vovó, vovô, papai, mamãe...”, chegou a revelar em entrevista ao jornal O Globo, dois anos atrás.
É mais um exagerado que se vai...
Fonte: Correio Braziliense
08 julho 2010
Morre produtor que ajudou a revelar Cazuza e o Barão Vermelho
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