"Não dá para viver de música se você não é axé ou sertanejo", admite o tecladista
Veja cena de "Rock Estrela", com participação de Leo Jaime
"Bonita camisa, Fernandinho" - Você se lembra deste comercial?
A música-tema de “Ti-ti-ti”, de Rita Lee e Roberto de Carvalho, voltou com tudo na voz da própria cantora, na atual versão da novela. Mas ficou conhecida mesmo em 1985 na interpretação da banda Metrô, que cantava o sucesso na novela original. Na época, era a bateria eletrônica e um leve sotaque francês que serviam de pano de fundo para as impagáveis brigas entre Jacques Leclair e Victor Valentim.
O charme do grupo vem de seus integrantes (Virginie Boutaud, Yann Laouenan, Alec Haiat, Dany Roland e Zavie Leblanc) de ascendência francesa que estudaram juntos no Liceu Pasteur, em São Paulo, e daí formaram a banda. Primeiro com o nome de Gota Suspensa, que fez algum sucesso no circuito alternativo, misturando rock e MPB. Depois, batizada de Metrô, a banda ganhou toques oitentistas com sintetizadores e bateria eletrônica.
A voz doce e afrancesada da bela vocalista, Virginie – chamada de "a coisa mais linda da televisão" por Chacrinha -, ajudou a consolidar o sucesso da banda.
O Metrô estourou com “Beat acelerado”, “Tudo pode mudar” e “Ti-ti-ti”. Com a música “Johnny Love”, Virginie e companhia fizeram uma participação no filme “Rock Estrela”, cantando ao lado de Leo Jaime.
Mas para um grupo que começou a tocar por diversão depois das aulas do colégio, o sucesso teve um peso. Shows sete dias na semana, viagens e pressão comercial acabaram desgastando a relação entre os integrantes. Criticados por alguns por não falarem de “assuntos sérios” como abertura política e afins, eles resolveram mudar o discurso, indo pelo mesmo caminho de Cazuza e Legião Urbana. Mas Virginie não concordou e acabou “demitida”.
O Metrô seguiu com novo vocalista, Pedro D’Orey, mas não fez sucesso depois da saída de sua musa. Virginie, por sua vez, lançou um disco solo e teve uma faixa na trilha da novela “Fera Radical”. Não passou disso.
Com o tempo, cada um foi seguindo seu caminho. Virginie casou-se com um diplomata francês e morou em diversos países da África – hoje vive em Madagascar, onde ensina francês. Alec abriu uma empresa de importação de instrumentos musicais. Dany (lembra dele no comercial da USTOP?), casado com a atriz Bia Lessa, trabalhou com cinema, teatro, produção musical e hoje também atua como DJ. Zavie tornou-se chef e proprietário do elogiado bistrô francês La Tartine, em São Paulo.Yann continuou no ramo musical, tocando com Paulo Ricardo por seis anos. Mas, há dois meses, largou tudo para trabalhar em uma construtora e lamenta ser muito difícil viver de música no Brasil fora do ramo do axé e do sertanejo. “Fiz o tema do ‘BBB’, trilhas de novela e de filmes, como ‘O Invasor’, tenho sete discos gravados. Mas até há pouco não tinha conseguido trocar meu carro 1.0. Tenho 47 anos, não dá mais para ficar brincando de bandinha”, disse Yann, sem esconder a revolta com o meio musical no Brasil.
Segundo Yann, mesmo anos após o fim, os integrantes do Metrô continuam em contato. “Nós nos conhecemos no colégio, é uma amizade de muitos anos”. Em 2002, ele, Virginie e Dany chegaram a se reunir para lançar o álbum “Déjá vu”, com versões em estilo “bossa-nova eletrônica” de “Beat acelerado" e "Johnny Love".
O disco, independente, teve participação de Preta Gil, Otto, Wally Salomão e Jorge Mautner, e foi gravado no Rio em clima família, rodeado pelos filhos dos integrantes. O trabalho foi elogiado pela crítica, mas não serviu para reunir definitivamente os músicos, que continuaram seguindo os próprios caminhos. “Foi um disco que pagamos para fazer”, disse Yann.
Fonte: EGO
7 comentários:
realmente o brasileiro em sua maioria não sabe apreciar musica,eu particurlamente gosto de varios estilos: rock,pop,regae,mpb,eletronica... no entanto não podemos chamar de musica o axé, algumas bandas de forró,e algumas bandas de brega.sei que existe bons cantores de forro e brega,não podemos comparar o hit atual com o dos anos 70 e 80, tomamos como exemplo o grupo metro a voz de virginie e doce suave ou seja perfeita. quando ela canta emociona quem está ouvindo.HOJE NÃO ENCONTRAMOS O QUE TINHAMOS LA NOS EXTINTOS ANOS 70 E 80.
Verdade, Marcelo. Infelizmente, a música hoje é muito pobre em tudo. A banda Metrô começou eletrizante na década de 80, pena que depois da saída da Virginie, a banda não foi a mesma mais... A Virginíe com sua voz suave, dava um rítmo melódico sem palavras... Triste, né?
qui nada , o barato é pancadão da periferia
quando escuto os "sucessos" de hoje, entendo porque quem esta no poder, la vai se manter . . .
Estou lendo esse artigo (post), e ouvindo Paralelas na voz de Belchior não tem nem comparação com essa carniçada podre que se faz hoje, cantores do tipo de Joelma, bandas como restart, fresno, entre outros, lixos que infelizmente depois da popularização do celular somos invadidos em nossos ouvidos dentro de conduções, em shoppings e outros, por uma adolescência, sem rumo, sem um verdadeiro conteúdo cultural, que se deixam alienar pelas poderosas da vida, meninas adulteradas pelos anos que a pintura ideológica de uma sociedade covarde esconde. Digo aos senhores e senhoras. Qual o futuro reservado para essa geração?
FELIZES ANOS 80!
Saudades dos anos 80... Se existisse máquina do tempo, acho que eu voltaria para aquela época, que apesar de tudo era muito ingênua e pura. E olha como os tempos musicais mudaram para pior: o Metrô acabou porque eles achavam que deveriam produzir músicas mais sérias, com mensagens sociais, partir para o rock de protesto, como faziam Titãs, Plebe Rude, Ira!, e diversas bandas punks como Garotos Podres, Carecas do Subúrbio, Inocentes, etc. Hoje, a galera acha o máximo curtir um pagodinho ou axé, com letras que só falam de safadezas e bundas, e ninguém tá nem aí...
Até porque ''Eu fui dar mamãe, fui dar um serão extra'' ou ''Põe devagar, põe devagarinho que é pra não machucar, põe bem de mansinho'' ou ainda ''Não uso sutiã, pra que eu ia deixar pra amanhã, mamãe eu acho que estou ligeiramente grávida'' são letras sutis e que não se referem a safadezas nos puros anos 80
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