27 março 2012

Lucinha Araújo: “Cazuza certamente seria um cinquentão irreverente”

Cantor faria 54 anos no próximo dia 4

Sempre fui fã de Cazuza. E também sou fã da mãe de Cazuza, Lucinha Araújo. Ela (que também canta muito) foi grande influência musical para o filho. Foi com a mãe que Cazuza aprendeu os clássicos da nossa MPB. Lucinha também incentivou a arte do filho até a última gota. E, depois de sua morte, nunca deixou de criar ou estar presente nos momentos de homenagem a Cazuza.

Nesta terça, 27, haverá mais uma homenagem. No Teatro Fashion Mall, no Rio, Leo Jaime, Leoni e Jorge Vercilo se encontram no show Lembrando Cazuza – que faria 54 anos no próximo dia 4. Leo Jaime, amigo e responsável por apresentar Cazuza a um Barão Vermelho que precisava de vocalista, no começo dos anos 80, fará o primeiro show. Leoni, parceiro de composições, inclusive Exagerado (e a quem Cazuza chamava, em contraposição, de “contido”), fará o segundo espetáculo, no dia 3 de abril. Jorge Vercilo completa o time com um show no dia 10. Além da homenagem, o importante é saber que a renda dos shows será revertida para a Sociedade Viva Cazuza, entidade criada por Lucinha Araújo que trata de crianças e adolescentes soropositivos. Hoje, tudo que é arrecadado com a música de Cazuza cobre apenas 10% dos gastos da sociedade. Para o resto, há uma ajuda da prefeitura e a garimpagem de doações.

Como está a Sociedade Viva Cazuza?

Hoje estamos cuidando de vinte e quatro crianças e jovens. E cinco bebês. Há muito tempo não tínhamos bebês. Antigamente recebíamos pelo menos um por ano. Nos mantemos graças às doações e à ajuda da prefeitura. Sem falar do João (Araújo, pai de Cazuza), que coloca dinheiro aqui.

O quanto os shows ajudam?

Ajudam sempre. Sem falar que eu adoro uma homenagem ao Cazuza. Organizado por amigos como o Marcelo Castelo Branco, curador do show, e figuras ligadas ao meu filho como o Leo Jaime, que pra mim, foi quem inventou o Cazuza, e o Leoni, a quem eu prezo muito. O Jorge Vercilo eu não conheço, mas tem uma voz linda, estou curiosa para vê-lo cantando Cazuza.

Você vai a todas essas homenagens?

Eu procuro ir a tudo. Não só porque é um jeito de estar perto do meu filho, mas também porque eu adoro a música dele - e música, em geral. Cazuza é o máximo, sempre atual. Mas eu tenho um maridinho em casa, nem sempre dá. Nesses eu vou.

Como você imagina Cazuza aos 54?

Certamente com um espírito jovem, inovador, irreverente. Na verdade eu não consigo imaginá-lo cinquentão. Ele sempre teve carinha de menino. Mas seria sempre um garoto. Eu mesma tenho 75, mas espírito de, no máximo, 40.


Fonte: Revista Época

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