27 dezembro 2008

Retrospectiva 2008: ENTREVISTA // Nasi

Ex-Ira! fala sobre nova fase - no cinema, no rádio e na carreira solo

Nasi aproveitou a reviravolta pela qual a sua carreira passou com o término do Ira!, em 2007, para se reinventar como artista. Em um ano longe da banda que o revelou ao rock nacional nas últimas duas décadas, o cantor se arriscou em novas áreas de atuação. No fim do ano passado, dublou e inspirou um personagem no desenho animado "Rockstar Ghost" (MTV). Nessa época, também aproveitou o distanciamento das turnês para se arriscar pela primeira vez nas telonas, com o personagem viciado em drogas Castro, no filme independente "Sem Fio" (sem previsão de lançamento). Em 2008, o cantor retomou sua paixão pelo rock com a criação de um show solo, totalmente diferente do que já havia feito em outras épocas. Completando sua faceta multimídia, o cantor retornou ao rádio com o programa musical e esportivo "90 Minutos", transmitido pela Kiss FM ao lado do radialista Titio Marco Antônio e do ex-goleiro do Corinthians Ronaldo Giovanelli.

SUCESSO - Como você se preparou para engatar uma nova fase na carreira, após o término do IRA!?

Nasi -Mesmo que eu não tenha feito shows como cantor-solo logo após o fim do Ira!, isso não quer dizer que eu não trabalhei. Nesse meio tempo, participei de projetos de bandas amigas, como o Relespública, e gravei o Baú do Raul. Paralelo à música, tive convite para que fosse feito um personagem de desenho animado inspirado na minha figura, que foi chamado de "Rockstar Ghost" e foi exibido pela MTV. Além da dublagem desse personagem, fui responsável pelas vozes de Frank Sinatra e Adoniran Barbosa, por exemplo.

SUCESSO - Nessa época você também começou a filmar o longa-metragem independente "Sem Fio", do cineasta Tiaraju Aronovich. Como foi interpretar um personagem que tinha vícios em drogas, sendo você um ex-dependente quimíco?

Nasi - O personagem Castro me fez viver cenas fortes nessas filmagens. Quando eu tinha que simular o uso de cocaína, a produção usava uma proteína em pó no lugar. Era um desafio realizar essas passagens, porque, mesmo tudo sendo faz de conta, me trazia memórias ruins. O filme deve estrear após o carnaval e espero que o público goste do trabalho.

SUCESSO - Como é a estrutura do seu novo show e da sua carreira?

Nasi -Atualmente, tenho tocado com uma banda de apoio, da qual faz parte também o ex-baixista do IRA!, Ricardo Gaspa. Meu repertório tem variado entre sucessos do Ira!, músicas lançadas nos meus quatro discos-solo e sucessos do rock brasileiro que variam de expoentes como Erasmo Carlos e Wander Wildner. É um show catártico. O público que freqüenta tem se divertido demais. Desde março, quando caí na estrada novamente, tenho excursionado por todo o país.

SUCESSO - Existe a vontade de lançar novos trabalhos nos próximos meses?

Nasi - Estou negociando com um canal musical transmitido pela TV a cabo a gravação de um DVD ao vivo no estúdio. O repertório será basicamente esse que eu toco nos shows. No set list, também pretendo colocar umas três músicas inéditas, que podem tanto ser compostas por mim, quanto por compositores que eu admiro, como Nando Reis e Marcelo Nova. Haverá participações e a produção desse trabalho ficará a cargo de Apollo 9 e Roy Cicalla. Quanto a CDs, o que posso adiantar é um projeto para criar um disco meu em dueto com uma cantora da nova safra do rock nacional. O estilo das músicas vai ser algo baseado em jazz rock e a gravadora já deu sinal verde para que eu, com o auxílio de um produtor, selecione o repertório, que deve contar com músicas de artistas independentes como Vanguart, Wander Wildner e Júpiter Maçã. Mas lançar discos de inéditas, atualmente, não é mais prioridade. Há muita burocracia para tocar músicas novas em rádios e eu acredito que já tenho uma biografia grande o suficiente para atrair público nos shows.

SUCESSO - Atualmente, você está apresentando um programa na rádio Kiss FM ao lado do locutor Titio Marco Antônio e do ex-goleiro do Corinthians Ronaldo Giovanelli. Como surgiu a idéia desse formato de programa, que mistura rock e futebol?

Nasi - O 90 minutos, na verdade, é uma reedição do programa Prorrogação, que eu apresentava na Brasil 2000 durante os anos de 2005 e 2006. Na ocasião, eu era acompanhado do jornalista Eduardo Afonso e do ex-jogador Casagrande, que não puderam me acompanhar dessa vez. Foi aí que surgiu a idéia de chamar o Titio, que já é funcionário da rádio, e o Ronaldo, que, além de ex-jogador, curte rock e foi vocalista das bandas Ronaldo e Os Impedidos e Ronaldo e Os Fora da Lei. Durante o programa, recebemos convidados, discutimos futebol e eu levo meus discos raros para tocar o melhor do rock. Tenho uma legítima paixão pelo rádio. Um dia, se fosse possível, gostaria até de poder apresentar um programa no estilo daqueles da AM, em que o radialista fica contando histórias. No ano que vem, é provável que o nosso programa conte com uma parceria com o jornal esportivo Lance! para ser veiculado também na rádio online que existe no site da publicação.

Fonte: Site Sucesso

Categories:

0 comentários:

Postar um comentário