17 fevereiro 2009

Thiago Mendonça e Antônio Carlos da Fontoura falam sobre “Somos tão jovens”

50 anos de Renato Russo: filme será rodado neste segundo semestre


ENTREVISTA // Ator Thiago Mendonça

Como foi o contato com a família do Renato?
Tivemos um almoço aqui no Rio com a presença do Fontoura (diretor), do Luiz Fernando (produtor e corroteirista). Falamos do projeto e do Renato, claro. Dona Carminha (mãe do cantor) e Carmen Teresa, sua irmã, foram carinhosas e atenciosas. Parece que me aprovaram… (risos).

Você já era fã do Renato, da Legião Urbana?
Era e sou. A Legião tem importância, não só no cenário musical. Com suas letras permeadas de consciência, uniu rebeldia e poesia, contribuindo para a formação de melhores indivíduos, de cidadãos romantizados pelo rock 'n' roll, atentos e sabedores de suas responsabilidades, despertos para a vida.

O que você achou da opção do roteiro, focado nos primeiros passos do cantor?
Uma ótima escolha, pois é o período em que se define uma personalidade e começa a desabrochar o artista, com suas influências e inspirações. E essa é a fase desconhecida do público. O prefácio de uma grande história. A trajetória da Legião, do Renato e sua carreira foi acompanhada por muitos de nós em tempo real, já é sabida.

O fato de já ter interpretado um cantor (Luciano, em Os dois filhos de Francisco) nos cinemas ajuda para este próximo projeto?
Cada trabalho é um trabalho. Cada roteiro é uma história. São duas pessoas, no caso dois personagens de universos particulares e distintos. Luciano vem do interior, da música sertaneja. Já o Renato vem do mundo, do rock 'n' roll, de uma música urbana.

Você já sabe que tom dará ao personagem?
Essa pergunta é impossível de responder de antemão. Estaria me precipitando. O tom do personagem surge no processo, em algum dado momento da preparação, talvez. No aprofundar do universo, no que a cena propõe, na direção apontada… Ele surge, se dá. Só sei que será uma grande responsabilidade interpretar o Renato, pois é uma pessoa ainda viva em nossas memórias. Sua voz e versos ainda ecoam. Meu cuidado maior será interpretar o Renato de maneira humana e nobre.

Você viu o espetáculo 'Renato Russo — A peça, com o Bruce Gomlevsky'? O que achou?
Assisti, sim, e acho o trabalho do Bruce muito bom. Tanto pela composição corporal quanto pelo rendimento vocal. Ele me impressionou. Realmente, parece que estamos assistindo a uma apresentação da Legião.

Qual a expectativa em relação ao projeto?
Prefiro não criá-la, mas sei também que o surgimento de alguma expectativa ou ansiedade é inevitável. E, quando ela vier, procurarei não alimentá-la. Sou muito grato por esse momento, por esse convite, por esse voto de confiança e presente dado pela Vida Maior.

ENTREVISTA // Diretor Antônio Carlos da Fontoura

Como está o projeto?
O filme está concluindo a captação. Já temos patrocínio da MRS e do BNDES, estamos negociando com uma distribuidora e em contato com o governador José Arruda, que está disposto a apoiar o projeto, quase que totalmente filmado em Brasília. O Marcos Bernstein, roteirista de filmes como "Central do Brasil", "Xangô de Baker Street", "Zuzu Angel" e "O outro lado da rua", está fazendo o tratamento final (do roteiro).

Como foram as negociações com a família do Renato Russo?
Tanto dona Carminha quanto a Carmem Teresa estão muito envolvidas com o projeto. Trocamos ideias frequentemente e a participação das duas está sendo preciosa e decisiva para nosso êxito. Promovi um almoço delas aqui no Rio para apresentá-las ao Thiago Mendonça, o protagonista do filme. O encantamento foi mútuo, uma instantânea sintonia.

O roteiro de Somos tão jovens focará os primeiros passos do cantor. Por quê?
Quando o Luiz Fernando Borges (amigo de Renato Russo na fase carioca, além de produtor e corroteirista de "Somos tão jovens") me trouxe a opção de um filme sobre o Renato, minha primeira providência foi mergulhar na trajetória dele. Daí, surgiu a questão: como um adolescente preso pela epifiólise em seu quarto, numa cadeira de rodas, se tornou o porta-voz de sua geração? Optando por um recorte no tempo, enfocando a transformação do adolescente Renato Manfredini Junior no mítico Renato Russo, o filme tem a pretensão de iluminar a desafiadora trajetória poética e existencial deste jovem da classe média de Brasília que, enfrentando a monotonia da Capital Federal nos anos finais da ditadura, se apropria da anarquia punk, forma a banda Aborto Elétrico e apresenta-se como O Trovador Solitário, para só então, já tendo criado as emblemáticas Que país é este, Geração Coca-cola, Faroeste caboclo e Eduardo e Mônica", fundar a banda Legião Urbana e tornar-se o maior nome do rock no Brasil.

Como o Luiz Fernando Borges entrou no projeto?
Meu amigo de longa data, o Luiz era também um amigo inseparável de Renato Russo, depois da vinda dele para o Rio. Dona Carminha e Carmen Teresa também se tornaram grandes amigas de Luiz Fernando e o autorizaram a fazer contatos para desenvolver uma cinebiografia de Renato. A partir daí, ele firmou um acordo comigo e a família de Renato cedeu para minha produtora, Canto Claro, os direitos de imagem para desenvolver o projeto, no qual Luiz está totalmente envolvido, como corroteirista, diretor musical e diretor-assistente, além de ser um canal permanente com a mãe e a irmã de Renato.

Você já andou procurando locações para o filme em Brasília. Quais foram os pontos visitados? Visitei todos os lugares marcantes na trajetória de Renato em Brasília: Superquadra 303 Sul, Colina, Cultura Inglesa, UnB, Gilberto Salomão, Beirute, a ciclovia e muitos locais onde o Aborto se apresentava, constatando que, felizmente, todos continuam onde sempre estiveram. A produção tomará partido do tombamento de Brasília para reconstituir, com maior autenticidade, a época recortada pelo filme.

Fonte: Correio Braziliense

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3 comentários:

Bosta!!!
Vai para pqp.

Até hoje e nem começaram a roda.
06.11.2009
Virou lenda ou será piada.

Acho, sinceramente, que quando menos esperarmos ... pipocará é coisa sobre a Legião. Ou lançam tudo junto, ou muita coisa irá direto para o DVD tb.

Mas, o fato é que de livro, a novas faixas, à peça teatro ... Os mortos continuam rendendo mais, até mais, do que quando vivos.

É esperar! Amodorei o monólogo com o Bruno.

Rapaz, mas já tem mais de um ano e nada!!!

Assim mata agente docoração!!!

O pior é que depois de tanta espera tem que sair bom se não uma legião vai chorar!!

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