06 maio 2009

"Alô, Alô, Terezinha" chega às telonas em outubro

Humor de Chacrinha ganha prêmio de melhor filme no Festival de Recife e divide opinião dos críticos


Exibido no último dia 1º para os cerca de 3 mil presentes no Cine Teatro Guararapes, no festival Cine-PE, em Recife, o documentário "Alô, Alô, Teresinha" foi ovacionado do início ao fim pelo público, mas dividiu a opinião da imprensa durante a entrevista coletiva com os realizadores. Foi a primeira exibição pública do filme, que deve chegar aos cinemas em outubro.

O longa do diretor Nelson Hoineff revela o universo do apresentador de TV Abelardo Barbosa, o Chacrinha. O diretor fez questão de dizer antes da projeção que não se tratava de um filme sobre a vida do apresentador, e sim sobre o universo ao seu redor. Ele conversou com ex-chacretes, artistas que passaram pelo programa e até mesmo calouros que ganharam o famigerado troféu abacaxi. Tudo isso com muito humor politicamente incorreto.

Para o diretor, o filme se apropria do mesmo tom de deboche e escárnio do próprio programa de TV. "É muito fácil chamar um psicólogo ou um sociólogo para falar sobre aquilo. Mas eu entro no assunto", disse. "Chacrinha debochava de negros, nordestinos, mulheres e homossexuais. Se o filme incomoda a alguns, isso me deixa contente, porque o programa do Chacrinha também incomodava", afirmou.


Para chegar a esse resultado, não faltam piadas com deficientes físicos, ex-chacretes nuas, entrevistas com ex-calouros gagos, Baby Consuelo fazendo um exorcismo por telefone no meio da entrevista e Agnaldo Timóteo falando mal de João Gilberto.

"Isso tudo é o Chacrinha", explicou Hoineff, sem se abalar com as críticas. "Fazemos as mesmas brincadeiras, temos o mesmo olhar que ele. E foi isso que me inspirou a fazer o filme, essa forma de lidar com o patético do ser humano, com as ambiguidades que existem ali", disse. "Não vejo isso como um demérito".

As justificativas de Hoineff não devem convencer a todos e o filme ainda deve causar polêmica quando entrar no circuito comercial. Mas é importante dizer que ninguém mostrado no filme parece estar sendo enganado ou fazendo algo sob pressão. Todos estão à vontade para falar o que querem, como algumas ex-chacretes que assumem que faziam programas, ou o ex-calouro que por muito tempo carregou o trauma de ir ao programa e levar uma buzinada antes mesmo de começar a cantar. O inusitado personagem vai às lágrimas, e a platéia, à loucura, como se estivesse dentro do programa de auditório.

Fonte: UOL

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