13 agosto 2010

Sexta, 13, tem "Mercenários" nos cinemas

Stallone chama a turma para a pancadaria em filme que estreia nesta sexta, 13

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Nos 104 minutos de "Os mercenários", centenas de personagens anônimos são torturados por tiros, bombas e objetos cortantes. Mas o alvo principal — e a maior vítima — desta fita de ação “vintage” está protegida do tiroteio: é o espectador que cresceu nos anos 1980 e ainda guarda velhos pôsteres de Stallone Cobra e "Comando para matar".

Para esse fã de “filmes de pancadaria”, a estreia vai trazer lembranças (nem sempre agradáveis) de uma época em que os brutos exibiam bíceps, carregavam bazucas e governavam as bilheterias. Sylvester Stallone, que ressuscitou recentemente as grifes Rambo e Rocky, segue pilhando a década dos marombeiros como se não houvesse amanhã. Os mercenários soa picareta já no título em português, uma piada pronta. E não frustra aqueles que esperam por sopapos coreografados e explosões “vintage”, sem toneladas de efeitos computadorizados.

O “dream team” escalado por Stallone reúne veteranos combalidos como Arnold Schwarzenegger, Bruce Willis e Dolph Lundgren (de "Soldado universal"), além de um regenerado Mickey Rourke ("O lutador"), e dos agregados Jet Li e Jason Statham ("Carga explosiva"). Só faltou Van Damme, que recusou o convite. Em cena, ninguém esconde o clima de churrasco-com-cerveja: antigos colegas de trabalho ganhando trocados (e se divertindo) às custas da nostalgia alheia.

Fiel às regras do gênero, a confraternização recupera o que os antigos filmes de Stallone tinham de mais travesso (as cenas de ação absurdas, o humor cínico) e de mais enfadonho (as tramas repetitivas, a truculência generalizada). Pouco se avança em relação ao passado. Os protagonistas enfrentam a meia-idade, mas nem parece: estão sempre a postos para empunhar metralhadoras e resolver missões escabrosas em países miseráveis. O caquético show da destruição.

À exceção do tatuador Tool (interpretado por Rourke), quase não existe ameaça de crise na Macholândia. Os amigos se reúnem para lustrar as motocicletas, fazer tatuagens e jogar dardos. Isso quando não abandonam a rotina para pulverizar uma ditadura da América Latina. Numa ilha em chamas, encontram uma líder comunitária (Giselle Itiê) decidida, durona e caidinha por Stallone. “As mulheres lutam por alguma coisa. Nós, homens, não lutamos mais por nada”, filosofa Rourke. Não é o que se vê na tela.

Para a geração de meninos que não sonharam em ser campeões de kickboxer, o suadouro provavelmente deixará a impressão de um produto antiquado, exausto, até ingênuo (mesmo com uma ou outra cabeça cortada por efeitos digitais). Com um mote parecido — o crepúsculo dos heróis —, Clint Eastwood fez o ótimo "Cowboys do espaço" (2000). Já Stallone consegue, no máximo, explodir com muita desenvoltura alguns cenários tropicais.

Brucutu polêmico
As três semanas que a equipe de "Os mercenários" passou no Rio de Janeiro, onde parte do longa foi filmado, ainda provocam constrangimento para Sylvester Stallone, 64 anos. Tudo por conta de um comentário infeliz que o diretor do filme fez ao site da revista Variety, no fim de julho. “Você pode explodir o país inteiro e eles vão dizer: ‘obrigado, e aqui está um macaco para você levar para casa’.” O pedido de desculpas do ator, espinafrado no Twitter, amenizou a saia-justa, mas não resolveu uma outra polêmica. A brasileira O2 Filmes, que ajudou nas filmagens, acusou a produtora do filme (Nu Image) de dever US$ 2,2 milhões. O estúdio americano nega.

Fonte: Correioweb

1 comentários:

Em 2008, Stallone chegou a dizer que só contrataria atores feios para o casting. Só pelo Jason Statham .... (risos)

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