18 dezembro 2010

Cenário high tech de "Tron, o Legado" chega aos cinemas

Longa da Disney, que estreia nesta sexta, 17, ganha imagens 3D; leia a crítica

Estabelecer uma fronteira digital capaz de “remodelar a condição humana” está entre os princípios de Tron: o legado que, passados quase 30 anos, retoma a aventura à la Júlio Verne (não ao acaso, citado na trama) experimentada por Kevin Flynn (Jeff Bridges) em Tron — Uma odisseia eletrônica (1982). Empresário da Encom — dedicada à exploração do suprassumo tecnológico —, ele some da vida do filho Sam (Garrett Hedlund, de Eragon), por mais de 20 anos.


Preso a um espaço cibernético (conhecido por Grade), numa versão Jedi pra lá de zen, Kevin amarga — na atual era de revisões cinematográficas a empreendimentos virtuais, como visto em A rede social — a criação de programas de computador malévolos como o Clu (de novo, Jeff Bridges), feito à semelhança do criador. Dirigido pelo estreante (e engenheiro mecânico) Joseph Kosinski, Tron: o legado se beneficia demais pelos recursos em 3D — que incendeiam cenas como a guerra de discos e as corridas dos veículos de luz —, na injeção de ânimo para o filme de clima retrô assegurado pelo Daft Punk na trilha sonora (também com Eurythmics e sua Sweet dreams) e pelas roupas fosforescentes.


Com diálogos referenciais ligados à Caverna do Dragão (há um portal prestes a ser fechado) e a Xanadu (no rastro visual deixado pelos objetos em cena), Tron atenua a infantilidade, quando traz no discurso, hábil em confrontar “programas” e “usuários”, a ideia de que vidas são perdidas e ninguém está a salvo no circuito de destruição, ao contrário do que sugestionam os joguinhos digitais. Dotado de final apoteótico que beira o ridículo, o longa só piora com a entrada do arremedo de vilão Castor (a cargo de Michael Sheen, ator britânico de A rainha), numa composição de ares do Gato de Cheshire, responsável pela quota patética da estreia de Joseph Kosinski.

Fonte: Correioweb

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