O elenco estelar de "Vidas Sem Rumo", 25 anos depois

Vida após os anos 80? Filme de Francis Ford Coppola lançou estrelas como Matt Dillon, Patrick Swayze, Tom Cruise, Ralph Macchio, Rob Lowe e Emilio Estevez

Se você tiver nascido depois dos anos 80 ou não for fanático por cinema, provavelmente não tem idéia de quem sejam Ralph Macchio, Emilio Estevez, Rob Lowe e C. Thomas Howell.

Ralph Macchio não conseguiu ir além de "Karatê Kid"

A verdade é que esses rapazes faziam um tremendo sucesso na década dita perdida, principalmente Rob Lowe. O moreno dos olhos azuis era o sonho de qualquer menina. Hoje, ele continua bonitão mas sua carreira nem tanto. Encontrou seu filão na televisão, tendo participado dos seriados "West Wing" e "Brothers & Sisters". Recentemente no cinema, fez participações em "Austin Powers", (000 - Um Agente Nada Secreto, 1997) e "Obrigado Por Fumar" (Thank you for smoking, 2005).

Mas nem sempre foi assim, essa escassez de papéis. Lowe e também Emilio Esteves eram integrantes do grupo-sensação dos anos 80. Apelidada pelos americanos de "Brat Pack", a turma - que inclui Demi Moore, entre outros - está nos melhores filmes adolescentes da época como "O Primeiro Ano do Resto das Nossas Vidas" (St. Elmo's Fire, 1985) e "O Clube dos Cinco" (The Breakfast Club, 1985).

Emilio Estevez (de topete) e Rob Lowe (blusa rosa) com o grupo conhecido como "Brat Pack" no cartaz do filme "O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas"

Ralph Macchio é outro aprisionado nos anos 80. A carreira dele se resume a "Karatê Kid". Após o sucesso retumbante do aprendiz de carateca Daniel Sam em 1984, ele filmou mais duas sequências, sem tanto sucesso e não conseguiu emplacar mais nada.

Dos sete integrantes da gangue de "Vidas Sem Rumo", o menos conhecido no Brasil é C. Thomas Howell. O ator, que tinha um dos principais papéis no filme aniversariante, teve algum êxito com produções como "A Morte Pede Carona" (The Hitcher, 1986) e "Amanhecer Violento" (Red Dawn, 1984). Apesar de ter uma carreira bastante ativa, fazer roteiros e produção, parece que, assim como os outros quatro, não conseguiu repetir o sucesso obtido nos anos 80.

O filme
Quando o diretor Francis Ford Coppola decidiu adaptar o best-seller adolescente "The Outsiders" para o cinema, criou não só um clássico dos anos 80 como também uma vitrine para novos astros de Hollywood. "Vidas sem Rumo" (The Outsiders, 1983), que está fazendo 25 anos, revelou para o mundo uma safra de estrelas que fizeram muito o imaginário por aí.

O elenco de "Vidas Sem Rumo": no alto, Patrick Swayze, Matt Dillon e Rob Lowe; embaixo: Emilio Estevez, Ralph Macchio, C. Thomas Howell e Tom Cruise

Tom Cruise
Em "Vidas Sem Rumo", Tom Cruise tinha o papel de menor destaque, mas, sem dúvida, foi o ator que mais se projetou posteriormente.

Com uma série de escolhas corretas após a chance dada por Coppola, ele se tornou uma das referências dos anos 80. Fez filmes adolescentes como "Negócio Arriscado" (Risky Business, 1983) - que possui a cena clássica dele cantando de cueca - e, claro, "Top Gun - Ases Indomáveis" (Top Gun, 1886), que marcaria sua carreira para sempre.

Trabalhou também ao lado de nomes consagrados como Martin Scorcese e Paul Newman em "A Cor do Dinheiro" (The Color of Money, em 1986) e Dustin Hoffman em "Rain Man", 1988. A mistura de sucessos de bilheterias e filmes elogiados pela crítica mostrou ser a fórmula certa para o sucesso. No fim dos anos 80, Tom Cruise já era incontestavelmente uma estrela.

Com o rótulo de galã no bolso, era hora de se desconstruir. Tentou ficar feio vivendo um ex-combatente da Guerra do Vietnã em "Nascido em 4 de Julho" (Born on the Fourth of July, 1989) e quase ganhou o Oscar. Depois partiu para projetos ousados como "De Olhos Bem Fechados" (Eyes Wide Shut, 1999), último filme de Stanley Kubrick, e "Magnólia", em que ganhou outra indicação ao Oscar. Mas os momentos corajosos se alternavam sempre com sucessos de bilheteria como "Missão Impossível" (Mission: Impossible, 1996) e "Entrevista com o Vampiro" (Interview with the Vampire, 1994).

Matt Dillon
Bonito, talentoso e cheio de estilo, Matt Dillon tinha tudo para se transformar em "o cara" de Hollywood após o sucesso de "Vidas Sem Rumo". Mas o destino - ou o próprio Dillan - não quis que as coisas fossem assim.

Ao rodar "Vidas Sem Rumo", Matt caiu nas graças de Coppola que, quase simultaneamente, deu a ele o papel principal em "O Selvagem da Motocicleta" (Rumble Fish, 1983). No longa, ao contracenar com os "malvadões" Mickey Rourke e Dennis Hopper, o nosso astro em ascenção deve ter descoberto o lado "B" de Hollywood. O fato é que ele nunca mais quis saber de mainstream.

Matt Dillon ressurge em "Drugstore Cowboy" e leva uma indicação ao Oscar com "Crash", de 2005

Mas Matt Dillon não entendeu que ser alternativo não significava fazer filmes sem expressão. E os anos 80 seguiram-se terríveis para o galã. Até que um diretor, também outsider, foi resgatá-lo da lama. Gus Van Sant, que mais tarde ganharia o Oscar por dirigir "Gênio Indomável" (Good Will Hunting, 1997), chamou o ator para fazer "Drugstore Cowboy", em 1989. O longa sobre drogados assaltantes de farmácia rendeu a Matt o prêmio de melhor ator no Independent Spirit Awards.

Fonte: EGO

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