16 março 2009

Versão de Paraíso estreia nesta segunda, às 18hs

Fiel à história original, exibida em 82, Globo investe principalmente em recursos tecnológicos

Eita menino da porteira ... Vamos lembrar um pouquinho da novela?

Costuma-se dizer que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Mas essa não é a filosofia seguida pela Globo em mais uma tentativa de ressuscitar a audiência perdida das 18h, que não tem ultrapassado os 20 pontos. Pela segunda vez, a emissora recorre à singela história de uma menina de interior vista como santa que se apaixona por um peão chamado de filho do diabo. A primeira versão de Paraíso, exibida em 1982, conseguiu recuperar os pontos perdidos para a então recém-inaugurada SBT. E, para Benedito Ruy Barbosa, autor do folhetim, a pureza e a ingenuidade de sua história são as maiores garantias de sucesso ainda nos dias atuais. Aliadas, é claro, ao cenário rural típico de seus textos. “Ousadia, hoje em dia, é não deixar que valores antigos se percam e apostar no romance em sua forma mais inocente”, opina.

As mudanças nas sinopses das duas versões são quase imperceptíveis. Exceto pouquíssimos personagens novos — nenhum deles na trama central. Maria Rita (Nathalia Dill), conhecida como Santinha, vive pressionada pela mãe beata, Mariana (Cássia Kiss), que só pensa em entregar a filha para “servir a Deus”. Mas, logo depois de desistir do hábito, a menina conhece Zeca (Eriberto Leão). Ele é um peão formado em direito e agronomia conhecido na cidade alcunha de “filho do diabo” e que passa o tempo montando touros bravos e domando burros chucros. Uma dessas aventuras deixa o rapaz entrevado em uma cama, sem conseguir andar, à espera de um milagre, que acontece rapidamente, depois de muita reza da mocinha. O problema é que a graça vai custar caro ao casal, já que Santinha oferece em troca do pedido seus votos para se tornar freira. “O grande dilema da história é se ela deve seguir a religião ou experimentar o amor e ter uma família”, resume Nathalia.


Ao contrário da primeira versão, gravada no interior do Rio, as cenas das andanças da comitiva de peões do Paraíso atual foram gravadas em Cuiabá, na Chapada dos Guimarães, em Nobres e em Poconé, porta de entrada do Pantanal, no Mato Grosso. “É um lugar que eu apresentei ao país na tevê em Pantanal e que tem vida própria. Faz toda a diferença”, elogia Benedito. E se na primeira versão eram comuns os discursos pela preservação da mata atlântica, agora entra em discussão, em várias cenas, a preservação da floresta amazônica. Até no núcleo religioso. “Meu personagem tem uma visão crítica aguçada e vive sinalizando que a Amazônia estará destruída em pouco tempo se nada for feito para preservá-la”, adianta Carlos Vereza, intérprete do padre fanfarrão Bento, que divide o tempo entre a paróquia da cidade e as mesas de sinuca, onde ganha dinheiro para suas obras sociais.

E, quase chorando aqui, vai a abertura original também. Apesar da baixa qualidade, vale a pena ver de novo (risos).

Com a dificuldade de manter gravações frequentes no pantanal mato-grossense, uma cidade cenográfica com aproximadamente 2.000m² foi criada no Projac. Todas as construções da fictícia Paraíso estão lá, exceto as fazendas de Eleutério e Antero, cujas locações ficam em Miguel Pereira e em Conservatória, ambas no Rio de Janeiro. “Imaginamos uma cidade monocromática, sépia, com variados tons de terra, como se fosse uma cidade do interior, com 150 ou 200 anos”, explica o cenógrafo Alexandre Esteves.

Edmara Barbosa, filha de Benedito e responsável pela adaptação, não pretende mexer desnecessariamente no texto do pai. E reconhece que vários temas abordados originalmente, como os problemas sociais e políticos brasileiros da época, ainda são constantemente discutidos. São exemplos a falta de emprego para os graduados, a educação precária, o caos na saúde, entre outros. O que facilita, e muito, seu trabalho. “Tenho de atualizar só alguns termos e nomes, como o do presidente da República, essas figuras ilustres”, entrega. Para o diretor geral, Rogério Gomes, o que vai marcar a diferença entre as duas versões são os recursos tecnológicos. “Podemos gravar mais externas e, assim, contarmos com belos lugares e fotografias, trabalhando planos abertos e planos-sequência”, analisa.

Fonte: Correioweb

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