18 julho 2009

Outra versão do "Blade Runner" chega ao Brasil

Cinco finais? Nova coleção restaura última versão exibida em sessões da meia-noite na Califórnia dos Anos 80


Relembre o trailer

Então você achou que já tinha visto todas as versões disponíveis de “Blade Runner”, hein? Bom, a não ser que você tenha comprado uma caixa especial metálica limitada, que saiu só nos Estados Unidos, trazendo as cinco (isso mesmo, cinco!) versões existentes do filme, você não viu tudo. Porque, como já comentado aqui antes, no Brasil foi lançada apenas uma caixa de DVDs tripla com as quatro versões (original, estendida, do diretor e final). Qual a que ficou faltando? A workprint, a cópia de trabalho, o copião do filme antes de ele ser aprovado.

Pois é essa cópia que está saindo aqui, finalmente, numa nova caixa especial, agora em BD (Blu-ray disc), que fará com que o fã de carteirinha, que já tenha comprado a outra versão nacional, tenha que, obrigatoriamente, ter esta, também (e ter ainda um aparelho leitor de BD, é claro, serve PlayStation 3). A diferença é que a nova coleção não traz a cascata de extras que vinha na caixa tripla de DVDs (como o excelente documentário “Dias perigosos: realizando Blade Runner”), apenas um extra inédito que trata especificamente da restauração do filme para se chegar ao final cut, além de comentários atuais (de 2007) do diretor Ridley Scott acerca da workprint, que, até então, só havia sido vista por alguns poucos em sessões especias de meia-noite que rolaram em cinemas da Califórnia nos anos 80.

E vale à pena? Se você for die hard fan, vale. A versão bruta do filme, com todas as suas imperfeições de imagens (a cópia original esteve a ponto de ir para o lixo!) é ainda mais seca e direta do que a versão do diretor. Ela começa direto com o nome do filme estampado em preto, e vai para a ação (sem narração em off), contendo alguns pequenos takes nunca vistos, e uma trilha levemente modificada. Os marcantes temas de Vangelis estão lá, mas, nas cenas de ação, são usadas músicas genéricas para esse tipo de momento, o que fica abaixo do clima lírico do original. Podemos dizer até que a workprint teria feito mais sucesso comercial, porque tem mais jeito de filme sci-fi de ação comum (e mais cara de filme B). Já a versão final de Ridley Scott (2002) transformou tudo num romance noir policial futurista com toques de poesia, que, merecidamente, é um cult classic. Esperamos que agora seja o fim.

*No extra sobre a restauração é curioso descobrir que a atriz Joanna Cassidy (que faz Zohra, a mulher da cobra) teve que voltar ao estúdio, 20 anos depois (o filme original é de 1982), para melhorar a sua cena final, já que o dublê usava uma peruca ridícula, bem diferente de seu cabelo encaracolado, o que fica visível na tela. Ela teve a sua cabeça digitalmente transplantada para o corpo do filme. Já o filho de Harrison Ford, para redublar uma fala do pai que saiu errada e não dava para restaurar, emprestou a sua voz, boca e queixo, que se encaixaram à perfeição nos do policial Rick Deckard, já que, hoje, ele tem a mesma idade, feições e voz que o pai tinha na época. Assombroso.

Fonte: O Globo

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