Charles Czeisler, da Universidade de Harvard, diz que aplicações do anestésico propofol impediam o músico de ter um sono reparador
O músico
Michael Jackson passou dois meses sem dormir antes de morrer, concluiu nesta
quinta-feira o especialista em sono Charles Czeisler, da Universidade de
Harvard, nos Estados Unidos, durante o julgamento da produtora que faria a
última turnê do cantor, a AEG Live. Czeisler, que atua como consultor de sono
para a Nasa, a CIA e os Rolling Stones, compareceu na corte de Los Angeles para
explicar os efeitos negativos que a administração do anestésico propofol
tiveram no cantor. As informações são da CNN.
Segundo
o especialista, Jackson pode ter sido o único humano na história a ficar dois
meses sem o sono REM (sigla para Rapid Eye Movement), mais leve, quando
geralmente acontecem os sonhos e que, de acordo com o especialista, é vital
para manter o cérebro e o corpo vivos. De acordo com Czeisler, as injeções
do anestésico dadas a Jackson pelo médico Conrad Murray, condenado pelo
homicídio culposo do músico, interrompem o ciclo normal de sono, impedindo o
estágio REM de acontecer. Então, embora ele acordasse se sentindo renovado na
manhã seguinte, como se tivesse dormido de verdade, não tinha os benefícios de
uma verdadeira noite de sono, como a reparação das células cerebrais.
Czeisler
diz ainda que, se Jackson não tivesse morrido de overdose de propofol no dia 25
de junho de 2009, provavelmente teria morrido por privação de sono. Segundo
ele, experiências feitas com ratos de laboratórios mostram que eles morrem após
cinco semanas sem sono REM -- o que nunca havia sido testado em um humano até
então. "Seria como comer papel em vez de jantar. Seu estômago ficaria
cheio e você, sem fome. Porém, você não estaria ingerindo as calorias ou os
nutrientes necessários."
De
acordo com o especialista, privar alguém de sono REM por muito tempo pode
deixar a pessoa paranóica, ansiosa, depressiva, com dificuldade de
aprendizagem, distraída e desleixada, além de tornar seus reflexos físicos
lentos e suas respostas emocionais exacerbadas -- exatamente como o
comportamento de Jackson chegou a ser descrito, por exemplo, em e-mails
trocados entre a produção da turnê.
O
julgamento que está acontecendo em Los Angeles refere-se ao processo
movido pela mãe de Jackson, Katherine, e os filhos do cantor contra a produtora
AEG Live. Eles alegam que a empresa teria contribuído para a morte de Michael
ao negligenciar seu delicado estado de saúde durante os ensaios para a turnê
mundial This Is It. A
família, que acredita que a empresa colocou os lucros na frente da saúde do
cantor, também processa a AEG por ter delegado os cuidados com o astro ao
médico Conrad Murray. Os advogados da AEG Live, porém, afirmam que foi Jackson
quem contratou Murray e que eles não sabiam sobre as injeções de propofol. O
julgamento, que já dura oito semanas, deve terminar até agosto.
Fonte:
Veja Online
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2 comentários:
Tenho pena do MJ, ele era muito problemático, uma criança às vezes, e não soube administrar sua vida como deveria. Que esteja em paz!
E o pior era o tanto de sanguessuga em cima, tal como sua família. Que a filha não se perca também!
Abraços, Silvinha!
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